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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

FACES da ILUSÃO








“Ninguém pode escapar da ilusão, não importa quão erudito se possa ser. Como resultado dessa ilusão, o homem é submetido à dor, e essa dor funciona como um freio sobre a ação. Aquilo que não existe, mas parece existir, é ilusão (Maya). A ilusão faz o irreal parecer real e o real parecer irreal. O outro nome para ilusão é ignorância (Ajnana). A ignorância é aquilo que esconde a realidade de você e o faz considerar o não-existente como existente. Ela faz o falso parecer verdadeiro. Quando você se move em direção à luz, sua sombra fica atrás; quando se distancia da luz, você precisa seguir sua própria sombra. Caminhe sempre, a cada momento, um passo mais próximo ao Senhor e, então, a ilusão - a sombra - ficará atrás de você e não o enganará de forma alguma. Não se afete com a ilusão (Maya). O intelecto (Buddhi) em nós é a testemunha de todas as coisas deste mundo objetivo. Essas coisas mundanas limitam e colorem o intelecto; eles o afetam e o moldam na consciência (Chaitanya). A ilusão é apenas o intelecto afetado por tudo, desvirtuado e pervertido pelas impressões de tudo. Portanto, a consciência espiritual que não é afetada pela ilusão - isto é, sobre a qual o mundo não conseguiu produzir qualquer impressão - é o Senhor (Ishvara). Portanto, a pessoa que está se esforçando para alcançar o estágio do Senhor não deve ser afetada pela ilusão, não ser impressionada pelo mundo! Do ponto de vista da sabedoria, a ilusão do mundo é irreal; na visão do santo iluminado, a ilusão do mundo não existe. Isto é, de fato, um fenômeno intrigante. Para a alma realizada, que cruzou as margens da existência efêmera, a ilusão do mundo é inexistente; para aqueles que confiam na razão, ela é inexplicável; para o homem comum, ela é um fato. A sombra que você faz se reduz, gradualmente, a cada passo em direção ao sol, até que o sol brilhe diretamente sobre você e a sombra se arraste para baixo de seus pés e desapareça. De forma semelhante, a ilusão do mundo torna-se cada vez menos eficiente conforme você caminhe em direção à realização. Quando você está firmemente baseado na sabedoria, a ilusão do mundo cai a seus pés, tornando-se incapaz de enganá-lo mais, e desaparece.”  (Sathya Sai Baba) 










“A manifestação interdependente – manifestação de todos os fenômenos – deverá ser vista como o resultado de ambas as mentes, iludida e verdadeira.”    (Thich Nhat Hanh) 











DA ILUSÃO À REALIDADE
(TRIGUEIRINHO)






“Duas experiências existenciais importantes são produtos ineren­tes vivenciados, exclusivamente, pela natureza da mente concreta hu­mana. Desta forma, 'a ilusão e o livre arbítrio' são vivências projetadas dentro do amadurecimento da experiência mental de um ser humano. Estas experiências são transcendidas com o despertar das energias de uma mente superior abstrata. Aqueles seres que estão sendo regidos ex­clusivamente pelas suas mentes concretas, vivem numa zona limitada da convicção do livre arbítrio como um produto direto da ilusão sobre as suas vidas.” (Do livro “VIA CORAÇÃO, caminhos da transformação”, pág 158, Horácio Netho, Ed. Alfabeto, 2011) 











“O tempo é uma ilusão produzida pelos nossos estados de consciência, à medida em que caminhamos através da duração eterna.”     (Isaac Newton) 








“A meditação sobre a natureza da interdependência (paratantra) pode transformar a ilu­são em iluminação. Treinando diariamente a observação profunda, fazendo uso da plena consciência para verter luz sobre a natureza interdependente das coisas, nos libertaremos da tendência de concebê-las como permanentes e como tendo um eu separado.” (Do livro “Transformações na Consciência”, autor: Thich Nhat Hanh, Ed. Pensamento, 2002, pág. 209) 











“O ser humano vivencia a si mesmo e seus pensamentos como algo em separado do resto do universo numa espécie de ilusão de ótica e de sua consciência, e essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe aos nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos desta prisão.”   (Albert Einstein) 











“Muitos seres humanos falam sobre o ego a partir da sua própria consciência e percepção egóica. Nunca vivenciaram a sua natureza superior por meio da meditação. Desta forma, não conseguem discriminar nitidamente a sua essência, pois relatam a partir das experiências, informações e definições dos outros. Em verdade, são ignorantes que especulam sem conhecimento de causa, ficando na própria superficialidade inerente do ego, em retroalimentação da ilusão de suas mentes [...] Não devemos lutar contra o nosso nível de ilusão, mas aspirar a transcendência. Um ser iludido não tem como reconhecer a sua própria ilusão. Se é a sua mente a regente da sua experiência na vida, por mais que ele investigue, não encontrará vestígios nenhum de ilusão na sua existência. Pois a ilusão é um produto inerente da ação mental comum. A desilusão, por sua vez, é uma etapa natural do processo evolutivo. Cada véu e cada máscara caem no momento certo, quando o ser está preparado e já incorporou o aprendizado necessário daquele estágio vivenciado [...] Isto que denominamos de corpo físico é uma representação simbólica redimensionada da expressão abstrata superior do ser humano. O ser humano é essencialmente abstração movendo-se além da ilusão do mundo das formas [...] Caso o ser ainda não tenha um bom nível de meditação, ele vai estar sempre diante o plano das máscaras, das personalidades e dos egos. Nunca poderá se aproximar verdadeiramente da essência de um outro ser. Ficará limitado ao plano das ilusões, da superficialidade aparente e se perderá facilmente com a sua ignorância diante os seus julgamentos infundados. Desta forma, perderá muitas oportunidades de se elevar por não ser capaz de perceber a luz maior de outros seres e se beneficiar dela [...] A compreensão sobre a consciência do tempo ilusório é um pré-requisito para o estabelecimento da quietude e da paz verdadeira. Uma estabilidade atômica. Não se pode haver pressa e ansiedade num coração pacificador [...] Por não compreenderem o real propósito da vida na Terra, muitos seres humanos acabam se identificando apegadamente às suas máscaras, às suas personas, às suas expressões mais superficiais. Sentem-se como que proprietários de suas virtudes e das suas deficiências, confirmando-as em suas ignorantes mentes. Acreditam somente nas suas existências e não conseguem perceber a vacuidade que sustenta as suas vidas e a extensão real do seu ser. Uma das faces da ilusão [...] O homem comum não consegue sequer perceber a plataforma ilusória sobre a qual se manifesta sua vida. O sábio veicula livremente pelo mundo ilusório sem identificar-se [...] Na Terra, nenhum ser humano encontrar-se-á seguro antes que a sua luz espiritual cósmica se manifeste. Até este evento, o ser humano permanecerá trilhando as veredas das realidades inferiores em pequenas realizações, sempre tangendo as experiências duais da zona de sofrimento. Nunca terá um elevado controle sobre as suas vontades e energias, vivendo a mercê das intempéries da vida terrena comum, numa luta ignorante pela sobrevivência. Sua consciência estará focada, exclusivamente, na vida planetária e, desta forma, aprisionada a um mundo de ilusões sujeita a impossibilidade de reconhecer a segurança da paz cósmica e o sentido da imortalidade [...] A solidez e a densidade das palavras nos aprisionam nas ilusões. A sutileza e a leveza do silêncio nos aproximam da última ilusão, a realidade.”   (Do livro “VIA TERRA, caminhos da luz”, Horácio Netho)









“Não me iludo 

tudo permanecerá do jeito que tem sido 

transcorrendo, transformando 

tempo e espaço navegando todos os sentidos... 

Não se iludam, não me iludo 

tudo agora mesmo pode estar por um segundo 

Tempo rei, ó tempo rei 

transformai as velhas formas do viver 

ensinai-me, ó pai, o que eu ainda não sei...” 



(Trechos da letra da música “Tempo Rei”, de Gilberto Gil)














 

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